domingo, 14 de janeiro de 2007

O que há na rede

O que há na rede

Faça um papel ativo



Na internet, tanto quanto na vida, sexo ocupa lugar de destaque. O conteúdo que está direcionado ao publico gay é de qualidade, farto e não pára de crescer. Muito desse conteúdo é de sexo explicito que, com muita vantagem, substitui os suportes tradicionais de produção e consumo, como as revistas que, aliás, já têm versões eletrônicas.

A rede mundial de computadores está a serviço do prazer de todos desde que ela deixou de ser instrumento exclusivo dos governos e dos militares e incorporou a sociedade civil. A internet permite que o usuário manipule a sua própria identidade, isso deixa que a fantasia e a realização dos desejos se realizem com a desinibição que ele dificilmente encontra fora dela. Os comandos do sistema lhe oferecem facilidades e vantagens para realização dos desejos sexuais semelhantes à consulta ao saldo bancário ou o voto eletrônico. A internet também deixou de ser o local onde se tem apenas acesso às informações, o usuário agora é, ele mesmo, responsável por grande parte do conteúdo. Em todo mundo os endereços de sexo são os mais visitados, nisso não há nenhuma surpresa, a novidade é que a rede transformou-se em plataforma de trabalho, está tudo online, um micro off não existe mais. Havia um tempo em que as conexões na internet mal permitiam baixar um texto ou uma foto; hoje se pode fazer upload ou download de filmes ou a obra completa de um diretor como Jean-Daniel Cadinot, mas não é só fazer os bits circular a grande sacação da internet, com a descomplicação e com o usuário a cada dia mais familiarizado no ambiente web se agilizaram a execução das tarefas e está sobrando mais tempo para produzir e usar o conteúdo.

Com a evolução da rede seu o conteúdo tornou-se predominatemente audiovisual a ponto de se repensar os rumos da TV e do cinema no futuro. A internet já integra o sistema de produção e consumo de filmes pornô gay. Com muitas horas de navegação diária procurei o que há na rede que me aprece mais interessante no momento, não é uma lista dos melhores sites de uma determinada categoria, embora trate de alguns sites específicos, o objetivo aqui é ajudar o internauta que aprecia sexo explicito gay a encontrar o que procura; os mais navegados já devem ter suas preferências e opiniões mais ou menos coincidentes com a que vem a seguir.

A blogsofera – É enorme a produção de blogs com conteúdo gay. Se pode encontrar de tudo, notícias, moda, sexo, política, cultura, baladas e blogs pessoais o que, afinal, parece ser a idéia original deles, um diário on line; sobrevive em todos eles a visão pessoal de quem produz conteúdo. Com a facilidade de inserir (copiar/colar) filmes a partir dos códigos fornecidos pelos sites de imagem, pela captação por webcam e por celulares, muitos se tornaram uma fonte de informação e prazer muito mais completa para o internauta; os blogs evoluíram, viraram fotoblogs e agora videoblogs. Vale a pena criar uma pasta no diretório de favoritos pra guardar apenas os blogs do seu interesse. Com poucos recursos e muita criatividade o internauta pode ter o seu próprio, vale a lógica franciscana de dar e receber, fazer a informação circular para realimentar a rede é o que se espera de quem esteja logado. Criar seu próprio videoblog é a forma mais eficiente e altruísta de compartilhar informação e prazer sem intermediários.

XTube – Semelhante ao americano YouTube, o site de imagens mais visitado da internet, ou do SevenLoad, o melhor da Alemanha em 2006, o XTube se diferencia destes pelo conteúdo adulto, na maioria amador, postado pelos usuários. Por conta da semelhança com outros sites de imagens o internauta já se sentirá bastante familiarizado com as ferramentas de navegação e de pesquisa. O XTube apresenta perfis pessoais, filmes curtos, fotos, som e texto. Na página inicial as opções para quem vai entrar são straight, gay e both. Solo amateurs é o tag mais abundante. O usuário pode apenas ver o material postado pelos outros ou pode postar o seu próprio material e compartilha-lo. O site tem um sistema de a pontuação que o usuário acumula como recompensa à fidelidade, os pontos valem prêmios e até dinheiro. O usuário pode criar seu profile e, dentro dele, administrar seus pontos acumulados, mensagens, gerenciar os favoritos e fazer upload de seus próprios filmes, classificando-os por tags. O site também tem espaço pra alguns estúdios profissionais comercializarem suas produções inteiras ou a retalho (isso mesmo, vendem os filmes por minuto!).

Uma inovação pra quem gosta de receber e enviar conteúdo audiovisual são os webhosters que permitem armazenagem e troca de arquivos grandes, como filmes, inteiros ou fracionados, que normalmente não podem ser mandados por e-mail e antes só cabiam em suportes offline, como CD´s e DVD´s. Com um webdesign de fácil navegação, o Rapidshare, youSENDit, Megaupload e o Sendspace fazem o serviço básico gratuitamente, permitindo mandar arquivos em torno de 300mb e baixar algo em torno de 1GB por dia. Funcionam todos dentro do mesmo principio, o usuário faz o upload do arquivo e quanto está concluído recebe um link que localiza o arquivo na rede, todos os outros usuários que acessarem esse link baixarão as informações nele contidas, os links podem vir em formato URL, em código HTML (para uso em web sites, myspace, blogs, etc.) e em código de fórum (para uso em phpBB, vBulletin, etc). Eles oferecem opções personalizadas para usuários que precisam usar o serviço além da gratuidade e bônus em pontos cumulativos para estimular a fidelidade. Por serem fáceis de usar já se popularizaram na internet pela vantagem de armazenar dados em um servidor remoto (ninguém precisa ter um disco 1 terabyte no micro) e criar pastas de compartilhamento com ferramentas muito simples, como as senhas de proteção para os downloads e como as Drop Box que facilitam os uploads. Fáceis, seguras e eficientes, funcionam melhor se o usuário tiver conexão banda larga.

MachoFucker – Site de sexo interracial, latex free, pauleira. Muito hard & rough, as vezes escatológico, as cenas de sexo devem ser vistas e, como nos esportes radicais, só imitadas por gente comprovadamene experiente. São episódios curtos, com pelo menos 40 Kb, feitos pra internet, e as transas são entre ativos muito dotados e passivos incrivelmente corajosos. Não há preliminares, o sexo rola a partir do primeiro instante até o ativo gozar, as cenas são de submissão total, com alguma violência, pouco ou nenhum romance, o passivo raramente aparece gozando, os atos podem ser classificados com estupro consentido. A produção é bastante simples, bem como os demais aspectos técnicos; os comandos de voz do diretor para os atores são claramente ouvidos, o que aumenta o caráter impositivo dos filmes. O site oferece os formatos MPEG e WMV de vídeo e fotos em extensão .jpg. Há dois episódios intitulados Macho do Brasil, além do fato do ativo ser um brasileiro e o titulo vir em português, estão entre os melhores. Há também um argentino passivo com bom desempenho em El Argentino e, completando o ligeiro atlas mundial, aparece um russo, ainda com a foice e o martelo no título, sodomizando um negro em Russian Fuck. Há uma dupla de carecas que protagonizam um episódio intitulado Ass Stretcher que resume bem o estilo que diferencia o MachoFucker, que nem sempre apresenta modelos bonitos e jovens quanto outros estúdios; uma exceção entre eles é o tatuado Lucas, aparenta uns trinta anos, com rosto e corpo bonitos e uma submissão apaixonada à uma pica dura e a um macho imperativo, veja ele em Lucas I (com um mascarado), Lucas II (com um careca) Fully Loaded (com o barbudo) e Double Fun (com o barbudo e o argentino). O estúdio está aceitando modelos, basta preencher o formulário on line, eles advertem que estão instalados na Europa e que se o interessado for aceito pagam transporte, estadia e cachê pelo trabalho; advirto que o sexo é latex free. O website permite assistir os previews gratuitamente mas o acesso aos filmes é exclusivo para membros mediante pagamento.

PopBoysReality Site de sexo que apresenta com muita ironia o “teste do sofá” ao qual se submetem calouros que dão tudo pra chegar ao auge do estrelato. São episódios curtos (150 a 250 Kb, de 15 a 30 minutos), feitos para internet e barebacking. O argumento é o mesmo em todos os episódios: um produtor, Ben Huller (foto), recebe em seu estúdio em Amsterdam os aspirantes à carreira musical que, por falta de talento, na hora, viram astros do pornô gay. É irônico porque na internet qualquer um pode ser o astro sem intermediários, no estilo do it yourself, sem um produtor do tipo capitalistas sacanas como os de Hollywood, papel que Ben interpreta caricatamente como o (quase sempre) ativo enquanto os aspirantes são os (falsos) incautos passivos que levam um grande prêmio, sim, porque Ben é bonito, sexy e bem dotado. Reparando bem todos os personagens são arrivistas, os filmes têm um caráter fake, a começar pelo ambiente da ação, o sotaque carregado de Ben, a idade dele, jovem demais pra ser aquele produtor a quem se possa confiar a carreira, se compreende a escolha devido ao gosto do público-alvo que seria outro se ele tivesse cara de tio, Ben é muito moleque. Os filmes são bem editados, bem fotografados, com uma iluminação equilibrada e cores fortes no figurino e no cenário, formato 640 x 352 DivX Movie. O episódio Akio, um dos melhores, um calouro oriental aparece com um olhar não muito confiante com um arcaico CD promocional na mão; Ben escuta o CD com cara de enfado e como não encontra nele talento artístico, mete o pau. No episódio Max Ben fala “Your future is in my hand” oferecendo o pau pro rapaz chupar. “It´s sweet to be a pop star” é o argumento infalível pra convencer o calouro que se diz hétero. O website permite assistir os traillers gratuitamente mas o acesso aos filmes é exclusivo para membros pagantes.

Camchats – A popularização das webcams e as conexões de banda larga tornaram a troca de imagens em tempo real uma das delícias do uso do computador como meio de comunicação, ele tornou-se o utópico videofone que os telefones nunca foram. As pessoas que freqüentam os sites de encontro da internet estão comprovadamente dispostas a uma relação na vida real, por isso que a idéia não morre, evolui. A plataforma de comunicação criada pela Userplane funciona como versão superior dos conhecidos chats e podem ser inseridos em qualquer comunidade; os camchats gays se tornaram o lar de exibicionistas amadores de todo tipo, para todo gosto. De acesso gratuito e simplificado, não requer baixar e instalar nada no micro. A

combinação de som, imagem e texto numa mesma tela é a ferramenta mais completa para simples amizades e para atitudes mais ousadas, como masturbação, sexo a dois e suruba em rede. Mas requer muita habilidade do usuário para comandar tudo o que a plataforma oferece: capacidade de abrir até três câmeras simultaneamente, visualizar diálogos de até 100 pessoas ao mesmo tempo, ouvir as bandas de áudio, receber e enviar IM`s (instant message), ainda exibir o corpinho (de preferência sarado) pra a tender a platéia ávida por imagens picantes. É uma experiência audiovisual sem igual, divertida e excitante. O registro do usuário não é obrigatório, ele apenas precisa declarar-se maior e concordar com as regras, inserir um apelido e entrar. Alguns camchats têm administradores que dão o necessário suporte ao usuário, regulam os comportamentos abusivos e coíbem o desrespeito às regras, outros são inteiramente regrados pelos usuários e o suporte é feito por tutorial.

Há muito que ver e aprender na internet, não sabemos qual vai ser o próximo passo dessa evolução, mas certamente será no sentido de consolidar o usuário num papel muito mais ativo do que antes. É ele, finalmente, quem alimenta a rede e como grande parte do seu interesse é sexual a rede acaba sendo um reflexo muito mais fiel do individuo (libertário) do que da sociedade (conservadora). A conjunção de prazer sexual e máquinas saiu da ficção científica e entrou na esfera das discussões práticas de uma forma muito mais humana e menos máquina, contradizendo aquelas distopias que previam a submissão do homem à autoridade de autômatos, cuja conseqüência seria o isolamento que tornaria as relações impessoais, frias, irrealizáveis. O homem continua como protagonista, não foram as máquinas que substituíram ou distanciaram o parceiro, pelo contrário, elas ajudaram a aproximar e unir, o isolamento é opcional. Evoé ao sexo convencional com auxílio dos tech gadgets do prazer.

Um comentário:

Leu? Agora comente... e divulgue também!