A crise econômica e o pornô gay
Com quantos paus? e Primeiro Emprego (publicadas em novembro de 2006), são matérias que retratam um período de expansão econômica mundial e prosperidade em países periféricos que beneficiou, inclusive, as produções e o consumo de filmes ponôs gays. Fundos brasileiros (publicada em abril de 2008), é uma matéria que, entre outros assuntos, trata do grande fluxo de capital estrangeiro que foi investido em filmes com atores e cenários brasileiros. Pode ter chegado ao fim este período em que muitos paus foram investidos, muitos empregos foram criados e muitos prosperaram depois que apareceu e em pouco tempo tornou-se freqüente um substantivo que não é nem palavrão nem uma nova peste perniciosa: "subprime", os tais créditos de alto risco que, pela própria natureza, deram forfait.
Pelas notícias da área econômica, ano que finda neste mês de dezembro terá menos festas do que o que se esperava quando iniciou. Até aí nada demais, planos que não sejam utópicos não merecem ser feitos. Contudo à medida que são executados, são ajustados à realidade e, no final, o saldo quase sempre é positivo. Menos em 2008. Numa economia globalizada, estando à economia Norte-americana em recessão há um ano não há como o mundo ficar imune ao contágio. A situação atual torna os planos para o próximo ano pouco auspicioso. Se no próximo ano o mundo tiver de reajustá-los para um cenário mais realista, que seja a dos dias de luxo e riqueza e não dessa débâcle que já atingiu até as estatísticas de acesso do blog do Boris Transar e as doações desinteressadas dos leitores generosos no banner do Pag Fácil (coluna à direita).
No último dia 25 de novembro o portal de notícias Gay Porn Times publicou uma matéria intitulada Financial Woes Hit Gay Adult (Desdita Financeira Atinge o Pornô Gay). As produtoras que o autor J. C. Adams considera fazer parte do grupo das Nove Grandes – o G9, Bel Ami, Channel 1 Releasing, COLT Studio, Falcon Entertainment, Hot House Entertainment, Lucas Entertainment, Raging Stallion Studios, Sarava Productions (Kristen Bjorn) e Titan Media, já estão passando por dificuldades idênticas a qualquer outro setor economicamente ativo. Embora oficialmente nenhuma delas tenha anunciado alguma perda, há indícios que estão ocorrendo nas grandes, pequenas e médias produtoras, bem como nas outras mídias, como nas publicações, nos serviços online, na indústria de acessórios, nos serviços e no comércio.
Como o bolso é muito perto do sexo, a crise que atinge um pode facilmente atingir o outro. Talvez essa imagem seja boa o suficiente para que se compreenda como a quebradeira financeira internacional também atingiu o pornô. Os empresários tentam salvar os investimentos e os anos de trabalho às próprias custas, forçados pelas circunstâncias e pela natureza da atividade, considerada não-essencial. Eles não se beneficiaram diretamente com os planos de salvação anunciados pelos bancos centrais dos países atingidos, apenas indiretamente estes planos poderão lhes propiciar algum benefício. Sem outra opção, os pornô-empresários tornaram-se exemplo de liberalismo não apenas sexual, mas também em relação ao capital. Apesar do volume de recursos que o setor movimenta, e talvez por isso mesmo, a solução salvacionista está nos próprios fundos e não nos fundos alheios.
A matéria de J. C. Adams foi escrita a partir do vazamento para a imprensa de uma mensagem enviada pela FabScout Entertainment a seus modelos na qual a produtora adverte sobre o encolhimento do mercado que atingiu a todas indistintamente. A FabScout Entertainment, seguindo o mesmo dogmatismo capitalista nas formas de solucionar uma crise adotado pela Companhia Vale do Rio Doce, fez com que os primeiros a sofrerem com a retração da economia fossem os trabalhadores, que também são os últimos a beneficiar-se com a expansão. A mensagem da FabScout foi uma maneira calhorda de mandar algumas centenas de belos marmanjos, sarados e tarados para o olho da rua. Agora, com eles saracoteando daqui pra acolá, há a possibilidade agradabilíssima de que a vida sexual que se leva da forma tradicional, sem a intermediação da mídia, pode, nesses tempos de crise, ter sido afetada de forma positiva. O velho trottoir, que nunca desapareceu, mas perdeu tantos adeptos, pode vir a ser uma opção ao prazer audiovisual que parecia reinar absoluto num mundo onde o olhar transformou-se numa forma vantajosa de consumir.
Os homens que dirigem a economia do mundo a partir de ruazinhas pouco ensolaradas, como Wall Street, estão longe de serem aqueles de gravata que se vê nos filmes produzidos pela Men at Play, personagens inspirados nos yuppies dos anos 80, os jovens profissionais, urbanos e bem sucedidos, defenestrados por uns e admirados por outros. Não causará estranhamento se os filmes que exploram o tesão pelo tipo executivo começarem a exibir homens menos formais, usando um fato roto, um sapato com o verniz gasto e uma meia puída. Muito menos estranho será se o gênero se tornar ainda mais popular. Diante das fantasias econômicas que desabam diante dos fatos reais, se pode afirmar que, comparativamente, também o pornô é menos ficcional que a economia. Essa constatação reforça a tese já defendida neste blog de ser o filme pornô uma espécie de documentário. Um leitor, inspirado na situação, enviou a este blog um roteiro de filme em que a ação se desenvolve num ambiente destruído por uma grande crise econômica. A sinopse diz que “todo o sistema foi destruído menos o tesão. Com o fim do capitalismo implanta-se o socialismo falocrático. Nas cidades em ruínas, hordas de homens fazem sexo bareback entre os escombros. Eles encontram firmeza e liquidez sentando o rabo em picas cuja vigor só se compara com os sonhos de risco zero”. O autor informou no final que este roteiro está à disposição de qualquer produtora interessada em realizá-lo.
A última crise, quiçá a única, que se tem notícia no mercado de produção e consumo do pornô gay foi a que houve imediatamente depois do surgimento da AIDS. Perdurou todos os anos de 1980 até o fim dos anos de 1990 e não foi conjuntural, foi uma crise localizada que coincidiu com o período dos presidentes Republicanos Ronald Reagan (1981 a 1989) e George H.W. Bush (1989 a 1993), quando grupos de pressão aliaram-se ao Governo dos Estados Unidos em uma cruzada moralista contra o pornô. Nem mesmo a “bolha da internet” e os atentados de 11 de setembro, em 2001, tiveram impacto significativo no setor. Do final dos anos de 1990 até 2008 o mercado viveu estabilidade e expansão que foi determinado pelo surgimento de tratamento para a Aids, pelo crescimento mundial médio acima dos 5% ao ano nos últimos anos, pela popularização da internet e das mídias digitais, assuntos já tratados neste blog. Os conservadores norte-americanos tiveram outros inimigos com quem se preocupar, de modo que o pornô pôde prosperar à sobra de todas as desventuras de George W. Bush.
Vivemos um período em que uma parcela impressionante e cada vez mais numerosa de indivíduos substituiu as relações humanas pelos prazeres virtuais. Neste terreno o pornô conheceu um ciclo de crescimento tão estrondoso que, em termos numéricos, é difícil comparar até mesmo a outro grande período, que foi o da popularização do vídeo doméstico e das fitas VHS. Contudo, diante da atual crise dos mercados globais, o que se poderá observar no setor é o fechamento de produtoras, corte dos lucros, produtos e serviços oferecidos a preço de custo e, mesmo assim, não encontrando compradores, cancelamento de filmagens, dispensa de equipes, ré-lançamento de sucessos e edição de coletâneas para não deixar as prateleiras vazias.
Soluções inovadoras podem ocorrer em épocas de crise. Há quem diga que depois da tempestade vem a bonança e que em épocas de crise as pessoas querem fugir da realidade, se afastar dos problemas reais, consumindo mais fantasia. Se querem fantasia, a economia já provou ser uma fonte abundante. Se preferem algo mais radioso o entretenimento pode ser um dos setores produtivos que mais se beneficie. Que seja assim, pois não é essa a dureza que as platéias gostam de ver.
A Gazeta Mercantil publicou em setembro que, no longo prazo, a crise nos bancos americanos, muitos dos quais financiam os estúdios de Hollywood, pode ter repercussões no mundo dos grandes estúdios. No começo de novembro aconteceu na Califórnia o American Film Market, um dos maiores evento de negócios do cinema do mundo, no qual foram dadas notícias pessimistas tanto para as grandes produtoras como para as independentes. Filmes pornôs não fazem parte deste universo, trabalham com orçamentos infinitamente menores até se comparado às produtoras independentes de Hollywood. O problema dos pornôs não é tanto a escassez de financiamento para a produção, e sim o pessimismo que contagia os consumidores e causa a retração das vendas. O pornô trabalha com volume de lançamentos, poucos lançamentos de qualidade e não se faz estoque como forma de não perder vantagem diante da pirataria e do compartilhamento P2P.
Afirma-se que a atual crise só tem parâmetros como na crise de 1929. Como não havia um mercado de entretenimento pornô naquela época, como existe hoje, é difícil prever qual o impacto terá uma crise econômica profunda. O mesmo não é impossível de ser feito em relação aos filmes de Hollywood, que na crise de 1929 já existia e faturava muito. Tocqueville (1805-1859) afirmou algo sobre a Revolução Francesa que cabe bem ao momento atual: “o passado não ilumina mais o futuro e o espírito move-se nas trevas”. Portanto, grande parte do que a imprensa afirma é mera conjectura que este blog procura evitar. Ainda não parece certo, nem justo, que os filmes pornôs pagarão por esta crise na igual proporção daqueles diretamente envolvidos, contudo nos obrigamos a manter a esperança de que os filmes pornôs sentirão menos o impacto da crise porque, até onde se sabe, diferente de Hollywood, eles não possuem participação de bancos nos seus orçamentos, seu esquema financeiro está à margem da jogatina imoral dos “subprimes”. Finalmente, que essa crise não impeça que a visão, o sentido que de uns tempos para cá foi transformada em órgão sexual substituto, não fique cega.
Talvez seja broxante findar o ano com um assunto deste em pauta. Contudo, teria muitos motivos para ficar de pau duro um criolão que, em 2009, na fila de uma casa lotérica, ficasse atrás de um executivo gostoso da Petrobrás que estivesse lá pagando uma parcela da amortização do empréstimo obtido na Caixa Econômica Federal. Há nesta situação um argumento para desenvolver um roteiro, rodar um filme bem brasileirinho e mandar a crise para as cucuias.
Com quantos paus? e Primeiro Emprego (publicadas em novembro de 2006), são matérias que retratam um período de expansão econômica mundial e prosperidade em países periféricos que beneficiou, inclusive, as produções e o consumo de filmes ponôs gays. Fundos brasileiros (publicada em abril de 2008), é uma matéria que, entre outros assuntos, trata do grande fluxo de capital estrangeiro que foi investido em filmes com atores e cenários brasileiros. Pode ter chegado ao fim este período em que muitos paus foram investidos, muitos empregos foram criados e muitos prosperaram depois que apareceu e em pouco tempo tornou-se freqüente um substantivo que não é nem palavrão nem uma nova peste perniciosa: "subprime", os tais créditos de alto risco que, pela própria natureza, deram forfait.
Pelas notícias da área econômica, ano que finda neste mês de dezembro terá menos festas do que o que se esperava quando iniciou. Até aí nada demais, planos que não sejam utópicos não merecem ser feitos. Contudo à medida que são executados, são ajustados à realidade e, no final, o saldo quase sempre é positivo. Menos em 2008. Numa economia globalizada, estando à economia Norte-americana em recessão há um ano não há como o mundo ficar imune ao contágio. A situação atual torna os planos para o próximo ano pouco auspicioso. Se no próximo ano o mundo tiver de reajustá-los para um cenário mais realista, que seja a dos dias de luxo e riqueza e não dessa débâcle que já atingiu até as estatísticas de acesso do blog do Boris Transar e as doações desinteressadas dos leitores generosos no banner do Pag Fácil (coluna à direita).
No último dia 25 de novembro o portal de notícias Gay Porn Times publicou uma matéria intitulada Financial Woes Hit Gay Adult (Desdita Financeira Atinge o Pornô Gay). As produtoras que o autor J. C. Adams considera fazer parte do grupo das Nove Grandes – o G9, Bel Ami, Channel 1 Releasing, COLT Studio, Falcon Entertainment, Hot House Entertainment, Lucas Entertainment, Raging Stallion Studios, Sarava Productions (Kristen Bjorn) e Titan Media, já estão passando por dificuldades idênticas a qualquer outro setor economicamente ativo. Embora oficialmente nenhuma delas tenha anunciado alguma perda, há indícios que estão ocorrendo nas grandes, pequenas e médias produtoras, bem como nas outras mídias, como nas publicações, nos serviços online, na indústria de acessórios, nos serviços e no comércio.
Como o bolso é muito perto do sexo, a crise que atinge um pode facilmente atingir o outro. Talvez essa imagem seja boa o suficiente para que se compreenda como a quebradeira financeira internacional também atingiu o pornô. Os empresários tentam salvar os investimentos e os anos de trabalho às próprias custas, forçados pelas circunstâncias e pela natureza da atividade, considerada não-essencial. Eles não se beneficiaram diretamente com os planos de salvação anunciados pelos bancos centrais dos países atingidos, apenas indiretamente estes planos poderão lhes propiciar algum benefício. Sem outra opção, os pornô-empresários tornaram-se exemplo de liberalismo não apenas sexual, mas também em relação ao capital. Apesar do volume de recursos que o setor movimenta, e talvez por isso mesmo, a solução salvacionista está nos próprios fundos e não nos fundos alheios.
A matéria de J. C. Adams foi escrita a partir do vazamento para a imprensa de uma mensagem enviada pela FabScout Entertainment a seus modelos na qual a produtora adverte sobre o encolhimento do mercado que atingiu a todas indistintamente. A FabScout Entertainment, seguindo o mesmo dogmatismo capitalista nas formas de solucionar uma crise adotado pela Companhia Vale do Rio Doce, fez com que os primeiros a sofrerem com a retração da economia fossem os trabalhadores, que também são os últimos a beneficiar-se com a expansão. A mensagem da FabScout foi uma maneira calhorda de mandar algumas centenas de belos marmanjos, sarados e tarados para o olho da rua. Agora, com eles saracoteando daqui pra acolá, há a possibilidade agradabilíssima de que a vida sexual que se leva da forma tradicional, sem a intermediação da mídia, pode, nesses tempos de crise, ter sido afetada de forma positiva. O velho trottoir, que nunca desapareceu, mas perdeu tantos adeptos, pode vir a ser uma opção ao prazer audiovisual que parecia reinar absoluto num mundo onde o olhar transformou-se numa forma vantajosa de consumir.
Os homens que dirigem a economia do mundo a partir de ruazinhas pouco ensolaradas, como Wall Street, estão longe de serem aqueles de gravata que se vê nos filmes produzidos pela Men at Play, personagens inspirados nos yuppies dos anos 80, os jovens profissionais, urbanos e bem sucedidos, defenestrados por uns e admirados por outros. Não causará estranhamento se os filmes que exploram o tesão pelo tipo executivo começarem a exibir homens menos formais, usando um fato roto, um sapato com o verniz gasto e uma meia puída. Muito menos estranho será se o gênero se tornar ainda mais popular. Diante das fantasias econômicas que desabam diante dos fatos reais, se pode afirmar que, comparativamente, também o pornô é menos ficcional que a economia. Essa constatação reforça a tese já defendida neste blog de ser o filme pornô uma espécie de documentário. Um leitor, inspirado na situação, enviou a este blog um roteiro de filme em que a ação se desenvolve num ambiente destruído por uma grande crise econômica. A sinopse diz que “todo o sistema foi destruído menos o tesão. Com o fim do capitalismo implanta-se o socialismo falocrático. Nas cidades em ruínas, hordas de homens fazem sexo bareback entre os escombros. Eles encontram firmeza e liquidez sentando o rabo em picas cuja vigor só se compara com os sonhos de risco zero”. O autor informou no final que este roteiro está à disposição de qualquer produtora interessada em realizá-lo.
A última crise, quiçá a única, que se tem notícia no mercado de produção e consumo do pornô gay foi a que houve imediatamente depois do surgimento da AIDS. Perdurou todos os anos de 1980 até o fim dos anos de 1990 e não foi conjuntural, foi uma crise localizada que coincidiu com o período dos presidentes Republicanos Ronald Reagan (1981 a 1989) e George H.W. Bush (1989 a 1993), quando grupos de pressão aliaram-se ao Governo dos Estados Unidos em uma cruzada moralista contra o pornô. Nem mesmo a “bolha da internet” e os atentados de 11 de setembro, em 2001, tiveram impacto significativo no setor. Do final dos anos de 1990 até 2008 o mercado viveu estabilidade e expansão que foi determinado pelo surgimento de tratamento para a Aids, pelo crescimento mundial médio acima dos 5% ao ano nos últimos anos, pela popularização da internet e das mídias digitais, assuntos já tratados neste blog. Os conservadores norte-americanos tiveram outros inimigos com quem se preocupar, de modo que o pornô pôde prosperar à sobra de todas as desventuras de George W. Bush.
Vivemos um período em que uma parcela impressionante e cada vez mais numerosa de indivíduos substituiu as relações humanas pelos prazeres virtuais. Neste terreno o pornô conheceu um ciclo de crescimento tão estrondoso que, em termos numéricos, é difícil comparar até mesmo a outro grande período, que foi o da popularização do vídeo doméstico e das fitas VHS. Contudo, diante da atual crise dos mercados globais, o que se poderá observar no setor é o fechamento de produtoras, corte dos lucros, produtos e serviços oferecidos a preço de custo e, mesmo assim, não encontrando compradores, cancelamento de filmagens, dispensa de equipes, ré-lançamento de sucessos e edição de coletâneas para não deixar as prateleiras vazias.
Soluções inovadoras podem ocorrer em épocas de crise. Há quem diga que depois da tempestade vem a bonança e que em épocas de crise as pessoas querem fugir da realidade, se afastar dos problemas reais, consumindo mais fantasia. Se querem fantasia, a economia já provou ser uma fonte abundante. Se preferem algo mais radioso o entretenimento pode ser um dos setores produtivos que mais se beneficie. Que seja assim, pois não é essa a dureza que as platéias gostam de ver.
A Gazeta Mercantil publicou em setembro que, no longo prazo, a crise nos bancos americanos, muitos dos quais financiam os estúdios de Hollywood, pode ter repercussões no mundo dos grandes estúdios. No começo de novembro aconteceu na Califórnia o American Film Market, um dos maiores evento de negócios do cinema do mundo, no qual foram dadas notícias pessimistas tanto para as grandes produtoras como para as independentes. Filmes pornôs não fazem parte deste universo, trabalham com orçamentos infinitamente menores até se comparado às produtoras independentes de Hollywood. O problema dos pornôs não é tanto a escassez de financiamento para a produção, e sim o pessimismo que contagia os consumidores e causa a retração das vendas. O pornô trabalha com volume de lançamentos, poucos lançamentos de qualidade e não se faz estoque como forma de não perder vantagem diante da pirataria e do compartilhamento P2P.
Afirma-se que a atual crise só tem parâmetros como na crise de 1929. Como não havia um mercado de entretenimento pornô naquela época, como existe hoje, é difícil prever qual o impacto terá uma crise econômica profunda. O mesmo não é impossível de ser feito em relação aos filmes de Hollywood, que na crise de 1929 já existia e faturava muito. Tocqueville (1805-1859) afirmou algo sobre a Revolução Francesa que cabe bem ao momento atual: “o passado não ilumina mais o futuro e o espírito move-se nas trevas”. Portanto, grande parte do que a imprensa afirma é mera conjectura que este blog procura evitar. Ainda não parece certo, nem justo, que os filmes pornôs pagarão por esta crise na igual proporção daqueles diretamente envolvidos, contudo nos obrigamos a manter a esperança de que os filmes pornôs sentirão menos o impacto da crise porque, até onde se sabe, diferente de Hollywood, eles não possuem participação de bancos nos seus orçamentos, seu esquema financeiro está à margem da jogatina imoral dos “subprimes”. Finalmente, que essa crise não impeça que a visão, o sentido que de uns tempos para cá foi transformada em órgão sexual substituto, não fique cega.
Talvez seja broxante findar o ano com um assunto deste em pauta. Contudo, teria muitos motivos para ficar de pau duro um criolão que, em 2009, na fila de uma casa lotérica, ficasse atrás de um executivo gostoso da Petrobrás que estivesse lá pagando uma parcela da amortização do empréstimo obtido na Caixa Econômica Federal. Há nesta situação um argumento para desenvolver um roteiro, rodar um filme bem brasileirinho e mandar a crise para as cucuias.
Concordo com vc Boris, crises, principalmente as financeiras de crédito, geram retrações tanto econômicas quanto social-cultural-sexual, pois aumenta-se o protecionismo, o conservadorismo e o nacionalismo e corta-se o gasto do que não é essencial (pelo menos para alguns, pra mim isso é extremamente vital). Falar sobre a crise e como ela atinge o mundo pôrno, principalmente o gay, é muito criativo e diferente, sem contar que vc faz isso de uma forma deliciosamente divertida.
ResponderExcluir"Como o bolso é muito perto do sexo, a crise que atinge um pode facilmente atingir o outro."
ResponderExcluirBoris Transar no velho estilo!
ResponderExcluir2 pontos:
ResponderExcluir1-de fato, a crise se instalou em todos os setores, mas filmes pornô heterosexuais nacionais batem recordes de vendas, como os rimeiros filmes de Carol Miranda, "Fiz pornô e continuo virgem" e "Perdendo o selinho".
2-crises pedem criatividade para "sair na frente".visto a idéia no último paragrafo, pq Boris transar não escreve um roteiro?!?!
relacionar a crise e a industria do sexo, só vc mesmo Boris, muito legal.
ResponderExcluirAdorei essa matéria. Sexo e dinheiro é um assunto da mais alta relevância em países europeus cujo crescimento está abaixo de 1% ao ano há muito tempo: a inclusão de atividades "informais" e "mercado negro", como prostituição, contrabando e pornografia no cálculo do PIB (Produto Interno Bruto).
ResponderExcluirCom essas inclusões eles pretendem reduzir o déficit fiscal para baixo do limite imposto pela União Européia(3% do PIB).
Adorei o formato de seu blog, os textos, as imagens, tudo. Você faz todo isso sozinho? Muito bom cara parabéns
ResponderExcluirBoris, você coloca o baixo nível no alto nível.
ResponderExcluirEu acho esse blog ridículo.
ResponderExcluirRidículo é quem não tem nada realmente crítico pra comentar, nem capacidade para criar o próprio blog e fala mal de outros e ainda por cima se manifestando no anonimato.
ResponderExcluirBROXAR NUNCA! MAS HA QUE MANTER DE AGORA EM DIANTE UMA CONDUTA DURA! O GAY LIFESTYLLE BRASILEIRO E TAO CARO E OFERECE TAO POUCO , QUE SEGURAR O TCHAN DE SAAIR TODO AS NOITES ,IR NA SAUNA MAS CARA SO P- FAZER ´´PEELING``, SOLTAR UM AQUE P- BONITAO DO MANOBRISTA ,PORTEIRO,SALVAMAR,BOY DA PIZZA,DA FIRMA,DO HORTIFRUTY,BARMAN,GARÇOM...NAO!NAO!NAO!SEGURA O TCHAN QUERIDINHO! OS TEMPOS NAO ESTAO VERDOES E O MAR NAO ESTA AZUL TURQUESA NAO!QUER UMA DIVERSAO ACESSIVEL SEM PERDER A ELEGANCIA NESTE VERAO, AO IR A SUA PRAIA -after lunc- passa no hiper mercado e compra uma garrafa de vinho e uma bandeja de sushi,leva p- praia e so pede p| por no gelo enquanto voçe da um close geral e define p- qual boff vai oferecer uma taçinha do seu drink!e boff de praia neste verao e mas caro do que camarao!
ResponderExcluirBrochar nunca! Boris, você mesmo escreveu aqui que "cu não brocha". Essa frase possui uma sabedoria tão pernambucana que inspirou outra:
ResponderExcluir"Pica para o cu e cu para a crise!"
Olá, Boris. Bom dia.
ResponderExcluirHá muito de positivo nesta história toda. Começando pelo final, talvez seja interessante anotar que situações de "crise" são sempre superadas. Sempre! Ou porque as condições que a fomentam se extinguem ou porque aqueles que ela atinge se adaptam a uma nova realidade e seguem adiante.
Minhas perspectivas em relação ao mercado pornográfico são bastante positivas. Há duas coisas que sempre venderam e que, ao meu ver, continuarão vendendo muito bem: o "céu" e o "inferno". Paradoxalmente, quanto mais "global e tensa" é uma situação mas fortemente ela empurra a sociedade na direção de alternativas "focadas e relaxantes", como a "Religiosidade/Misticismo" e "Sexo/Pornografia".
É evidente que não necessariamente a força é impressa da mesma maneira e no mesmo nível em ambas as direções, fato que pode deixar os pornófilos meio temerosos e inseguros. Contudo, o número de recém-adeptos carentes de algum "relax" e dispostos a gastar de "grão em grão" pode vir a compensar uma possível retração dos grandes consumidores, tanto em uma esfera quanto na outra.
Resumindo, eu acredito que muitos "não-praticantes" (repito, nos dois setores) se converterão rapidamente em fiéis consumidores, reequilibrando esses mercados.
Finalmente, não nos esqueçamos que a pornografia ainda é a forma mais econômica de satisfação sexual, superando neste quesito até os baixíssimos investimentos (financeiros) da monogamia de longo prazo. (risos)
Eu tenho fé que os céus não deixarão que o inferno se acabe.
Parabéns pelo excelente post.
Um grande e fraterno abraço.
Mister Man